sábado, 19 de julho de 2014

Os “bolsas” e a inclusão social

Historicamente o Brasil se constituiu como nação pautada e que legitimou princípios excludentes. O ensino superior para as famílias com poder aquisitivo, o acesso médico mediante o pagamento das consultas, o crediário mediante fiador, ou ainda as relações de compra e venda baseada no pagamento à vista são fatos reais da exclusão.
Quando nos referimos ao termo “bolsas”, devemos ter o discernimento de incluir a maior parte, se não todos, programas sociais que o Governo Federal tem no seu programa governamental. Todas políticas consideradas como medidas de assistencialismo são programas entendidos como a prática política defensora da assistência aos mais carenciados da sociedade
É indiscutível o compromisso que os governos petistas, ou outros partidos de base populares, tenham com a população mais pobre, afinal, sua razão de existir pauta-se justamente na defesa dos seus interesses e na sua promoção social.
No caso brasileiro, alguns programas tem o caráter principal de promoção econômica imediata, como é o caso do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, e de medidas como a diminuição da taxa de juro bancária, permitindo que a inclusão social ocorra a partir do consumo, permitindo que o acesso a bens e serviços, que outra feita seria impossível, torne-se possível.
Outros “bolsas” ou programas sociais denotam-se pela inclusão através da promoção pelo trabalho produzido pelo sujeito, como é o caso do PRONATEC, PROUNI e FIES que propiciam o alcance ao ensino superior e qualificação profissional e consequentemente permita alcançar patamares salariais superiores ao que até então eram conquistados pelas condições e oportunidades que os cidadãos teriam na lógica do mercado.
Sem citar os “bolsas” da agricultura familiar que priorizam a aquisição de alimentos produzidos por pequenos agricultores na alimentação escolar e com crédito subsidiado pelo PRONAF, ou do acesso à saúde com o Mais Médicos.
Especialmente, o Bolsa Família foi um dos principais fatores que na última década permitiram aos brasileiros vivenciarem um crescimento de 106% no poder aquisitivo dos 10% mais pobres. Realidade essa que passa distante da vivida no início da década passada, quando os miseráveis eram mostrados e seduzidos por uma situação melhor que só existia em um arco íris. Quem não se lembra da mãe catadora fazendo sopa de papelão no lixão para alimentar seus filhos?

O certo é que a popularização dos “bolsas” tem servindo como instrumental para que o Brasil superasse as metas de desenvolvimento do milênio estipuladas  pela comunidade global na ONU e promovesse a maior inclusão social que este país já viu. Em outras palavras, a vara de pesca, ou no ditado cotidiano de nossos colonizadores: a enxada para fazer a lavoura.