Historicamente o Brasil se
constituiu como nação pautada e que legitimou princípios excludentes. O ensino
superior para as famílias com poder aquisitivo, o acesso médico mediante o
pagamento das consultas, o crediário mediante fiador, ou ainda as relações de
compra e venda baseada no pagamento à vista são fatos reais da exclusão.
Quando nos referimos ao
termo “bolsas”, devemos ter o discernimento de incluir a maior parte, se não
todos, programas sociais que o Governo Federal tem no seu programa
governamental. Todas políticas consideradas como medidas de assistencialismo
são programas entendidos como a prática política defensora da
assistência aos mais carenciados da sociedade
É indiscutível o compromisso
que os governos petistas, ou outros partidos de base populares, tenham com a
população mais pobre, afinal, sua razão de existir pauta-se justamente na
defesa dos seus interesses e na sua promoção social.
No caso brasileiro, alguns
programas tem o caráter principal de promoção econômica imediata, como é o caso
do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, e de medidas como a diminuição da
taxa de juro bancária, permitindo que a inclusão social ocorra a partir do
consumo, permitindo que o acesso a bens e serviços, que outra feita seria
impossível, torne-se possível.
Outros “bolsas” ou programas
sociais denotam-se pela inclusão através da promoção pelo trabalho produzido
pelo sujeito, como é o caso do PRONATEC, PROUNI e FIES que propiciam o alcance
ao ensino superior e qualificação profissional e consequentemente permita
alcançar patamares salariais superiores ao que até então eram conquistados
pelas condições e oportunidades que os cidadãos teriam na lógica do mercado.
Sem citar os “bolsas” da
agricultura familiar que priorizam a aquisição de alimentos produzidos por
pequenos agricultores na alimentação escolar e com crédito subsidiado pelo
PRONAF, ou do acesso à saúde com o Mais Médicos.
Especialmente, o Bolsa
Família foi um dos principais fatores que na última década permitiram aos
brasileiros vivenciarem um crescimento de 106% no poder aquisitivo dos 10% mais
pobres. Realidade essa que passa distante da vivida no início da década
passada, quando os miseráveis eram mostrados e seduzidos por uma situação
melhor que só existia em um arco íris. Quem não se lembra da mãe catadora
fazendo sopa de papelão no lixão para alimentar seus filhos?
O certo é que a
popularização dos “bolsas” tem servindo como instrumental para que o Brasil superasse
as metas de desenvolvimento do milênio estipuladas pela comunidade global na ONU e promovesse a
maior inclusão social que este país já viu. Em outras palavras, a vara de
pesca, ou no ditado cotidiano de nossos colonizadores: a enxada para fazer a
lavoura.