O título do texto é uma das mensagens apresentadas pelo escritor, teólogo e professor Leonardo Boff, no dia 13 de maio, na palestra Educação e Comunidade de Vida, promovida pela Secretaria da Educação de Lajeado aos educadores da rede municipal.
Essa mensagem
nos chama a refletir sobre qual luz que estamos levando para a mente de nossas
crianças, e como consequência qual o futuro que estamos projetando para as
próximas gerações. Trazendo para o viés da vida no planeta, podemos nos indagar
sobre os valores do cuidado e da proteção que demostramos através de nossos
comportamentos com a natureza.
Os povos
andinos, desde os primórdios chamavam o planeta de Pachamama que, em nossa
língua poderia ser traduzido como “mãe terra”. Uma expressão que traz muito bem
o significado de geradora e protetora da vida, permitindo a criação de uma
relação maternal.
Porém, na
maior parte da sociedade mundial, compreendemos o planeta como um gigante
depósito de matéria prima, na qual podemos utilizar infinitamente seus recursos
para a produção e manutenção de nosso supérfluo bem estar. Adquirimos e
consumimos demasiadamente produtos
para sentirmo-nos integrados numa sociedade ideal construída na máxima de quem
tem está bem, sem levar em conta as nossas verdadeiras necessidades.
Conforme
Leonardo abordou, se hoje fôssemos socializar o padrão de consumo propiciado às
faixas econômicas mais favorecidas, seriam necessárias três terras para
produzir os bens consumidos. Essa afirmação demonstra que já passamos do limite
possível da extração de matéria prima – bens da natureza, do planeta.
Embora o
planeta seja um superorganismo vivo, que se autorregula, regenerando-se, a
velocidade com que nossa civilização moderna avançou sobre os bens naturais
disponíveis tem levado a Pachamama a se adaptar com maior intensidade. E esta
adaptação se expressa através da elevação das temperaturas, o desaparecimento
de milhares de organismos vivos, a escassez de água e tantos outros fenômenos
que ocorrem simultaneamente no mundo. Apesar das transformações serem
inevitáveis ainda resta esperança de que possamos também adaptar nossa forma de
vida no planeta. É necessário vivermos integrados na natureza, onde o ser
humano não sugue e devaste a terra, mas sim, conviva em harmonia e dentro das
disponibilidades que o planeta nos oferece.
Nesta
perspectiva, é fundamental que nossa geração mude seus conceitos quanto ao
consumo e aprenda a transmitir os valores do cuidado e da proteção às crianças
e gerações futuras, pois é através do educar que levamos luz às nossas mentes.